Já que me sento ao teu lado em geografia, vou por a minha teoria em prática: a tua mão está lá (disso eu tenho a certeza) em cima da mesa, e a minha, a deslizar em direcção à tua, como quem não pergunta nada e passa directo à acção (era isso que tu querias que o Pedro fizesse no teu encontro, eu sei porque o disseste em voz alta e eu estava lá, estava lá mas tu não me vias), a minha mão em cima da tua, a tua mão a fugir, e tu a sorrir, a sorrir, a sorrir.
No outro dia vi-te na rua, mulher feita de homem pelo braço, e eu não me controlei (impulsos reprimidos não se podem controlar, acho eu), simplesmente cheguei-me ao pé de ti, e
-Lembras-te de mim?
recebi aquela resposta que era a origem do meu amor por ti
-Não
e eu não me controlei
(penso que é impossível de se controlar impulsos reprimidos durante quinze anos)
-Um dia destes queres casar-te comigo?
(porque pensava que o casar-se era o ir a algum lado dos adultos, perdão pelo meu erro)
e não me bastou ter levado uma sova do Pedro, como tive de te ver a ir embora
(mulher feita de Pedro pelo braço)
a sorrir, a sorrir, a sorrir.
À Sophia, que nunca me desapontou.
Então, primeiro o divórcio e agora um casamento de rajada?! :)
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