Ontem disse que te escreveria uma crónica. Não falto à minha palavra: aí vai ela.
Não sei que dizer sobre ti.
Disseste-me (erradamente) que não me conhecias, o que é mentira
(conheces-me melhor que eu)
visto tudo, tudo, tudo.
Se eu não te amasse, provavelmente não te escreveria (mais uma vez digo que não sei se te amo visto o facto de nunca ter amado ninguém) mas toda a gente me contraria,
(pelo menos não como te amo a ti)
e me diz que eu te amo, que eu te amo, que eu te amo,
(se é que é possivel amar em niveis diferentes)
e eu que não, que não, que não,
(eu próprio não acredito nisso)
e depois lembram-me de tudo, de tudo, de tudo.
Lembram-me do teu sorriso,
(a coisa mais bela do mundo!)
lembram-me das tuas palavras,
(que confortáveis e quentinhas que elas são...)
e eu lembro-os que tu fugiste com um neurocirugião
(...!)
e eles calados
(silenciem-se as vozes que desconhecem a minha dor)
e eu recordo-os que tu fugiste com um neurocirugião e que eu fiquei por lá,
(ainda não achei a estrada de volta a Lisboa...)
pelo Alentejo, por Mértola, por S. Miguel do Pinheiro,
(ainda não achei a estrada de volta a Lisboa...)
a lembrar-me e a lembrá-los,
a ver e a sofrer com tudo, com tudo, com tudo.
Apesar de tudo, não consigo desamar-te.
Agora, por enquanto, ainda te amo mas tento
(acho que contrariamente à minha vontade)
desamar-te, pelo medo,
(-Desculpa-me,)
pelo medo que voltes a fugir
pelo medo que voltes a fugir
(um dia serei)
com um
(outro, melhor)
neurocirugião, e me deixes a mim,
(cronista, conhecido como Ser Humano)
sozinho, a arcar com tudo, com tudo, com tudo,
sem encontrar o raio da estrada de volta para Lisboa.
Fotografias por: Tiago Sousa.
Pergunta o caminho a um alentejano e ele te dirá: "Continua por essa estrada fora, sempre em frente, sempre em frente..."
ResponderEliminarEspero que encontres a estrada de volta! Força! ;)
ResponderEliminarAs vezes o coração,
ResponderEliminarDistorce a Razão,
Nos fás acreditar em uma ilusão,
e no fim tudo acabada em desilusão.
(as vezes)