O cinzento voltou. É verdade: encontrei-me com ele num restaurante.
Sabes, acho que estou a começar a gostar do cinzento, da forma como ele me sorri. Da sua cor, que aparentemente está morta, mas que ressuscita subitamente, para me dizer um "Olá".
Porque era cinzenta a nossa conversa, quando ainda nos falávamos. Porque o teu sorriso se fundia com o cinzento da tua roupa, fazendo a coisa mais bela do mundo. Inexplicável.
Talvez tenha sido por isso que te disse que já não te queria ver, talvez porque me assustaste, ou não sei. Talvez tenha sido por isso, que pegaste na faca que se encontrava em cima da mesa, e me cortaste a garganta. E quando o fizeste só consegui dizer
-Não, não faças isso! Não sujes a tua roupa!, não manches o teu sorriso...
Tarde demais. Ja estava suja. Já estava manchado.
E eu a olhar para mim (os meus olhos, que os considero belos, estavam vidrados), de faca na mão, coberto de sangue, nas mãos, na cara, e na minha camisola cinzenta, a perguntar-me sobre o sentido do que tinha acabado de sonhar.
A vida traduz-se em letras
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Gosto do que escreves.
ResponderEliminarComprei um livro do Lobo Antunes.
ResponderEliminarQue Cavalos São Aqueles Que Fazem Sombra No Mar?
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