Parecendo que não, a minha escrita é das sensações mais masoquistas que tenho. Esta busca eterna da dor, a fim de arranjar uma folha de papel onde chorar, um ecrã de computador onde me encostar, uma máquina de escrever onde me consolar, está a consumir-me.
Deixarei de escrever? Não. Preciso de sofrer. Preciso de ter estas manias de poeta,
andar à chuva,
gostar do inverno,
ficar com frio,
guardar emoções.
É como disse, isto de ser escritor passa muito por sofrer, sabem? Mas preciso de assuntos para preencher folhas, por isso invento as minhas mágoas.
Ultimamente a minha maior dor (real) tem sido a nostalgia, o que significa que um dia irei fazer uma crónica sobre a nostalgia. Não sei bem quando, mas também isto de se ser escritor passa muito por isso: a inspiração (na qual eu nem sequer acredito) vem tão de repente que nem dás por ela chegar. Só pecebes que ela passou porque estás a chorar com um sorriso estampado na cara.
Já me perguntaram muitas vezes Como é que se escreve. A resposta é simples: sofre, deixa o sofrimento entrar em ti, usa uma máscara para deixar transparecer que és a pessoa mais feliz à face da Terra enquanto o teu interior te consome, olha para a chuva e chove com ela, envolve-te no teu sofrimento mais uma vez, adormece a chorar, acorda a sorrir, adormece a chorar, acorda a sorrir, adormece a chorar, acorda a sorrir, pensa no objecto de teu sofrimento uma última vez, vai à praia num dia de chuva e escreve o nome do teu objecto na areia enquanto vês as gotas de chuva a dissolverem as palavras, chove com elas mais uma vez, e depois de tudo isso, toma um bom banho de água quente, pega numa folha de papel ou num computador ou numa máquina de escrever, e fala sobre o teu sofrimento. Então saberás o que é escrever como escrevo.
Quando acabares de escrever, vais pensar como eu, vais viver como eu, vais sentir-te como eu, tudo isso para perceberes que não passas de um ser narcisista. Depois, vais pensar em ti, vais cair em desgraças e desgostos pelos teus pensamentos e após tudo isso,
e só se tiveres passado por todos os passos,
terás um momento de clareza,
e perceberás como estavas errado.
Contemplarás a tua obra,
e pensarás
"Sim, agora já não sou ninguém."
Deixarei de escrever? Não. Preciso de sofrer. Preciso de ter estas manias de poeta,
andar à chuva,
gostar do inverno,
ficar com frio,
guardar emoções.
É como disse, isto de ser escritor passa muito por sofrer, sabem? Mas preciso de assuntos para preencher folhas, por isso invento as minhas mágoas.
Ultimamente a minha maior dor (real) tem sido a nostalgia, o que significa que um dia irei fazer uma crónica sobre a nostalgia. Não sei bem quando, mas também isto de se ser escritor passa muito por isso: a inspiração (na qual eu nem sequer acredito) vem tão de repente que nem dás por ela chegar. Só pecebes que ela passou porque estás a chorar com um sorriso estampado na cara.
Já me perguntaram muitas vezes Como é que se escreve. A resposta é simples: sofre, deixa o sofrimento entrar em ti, usa uma máscara para deixar transparecer que és a pessoa mais feliz à face da Terra enquanto o teu interior te consome, olha para a chuva e chove com ela, envolve-te no teu sofrimento mais uma vez, adormece a chorar, acorda a sorrir, adormece a chorar, acorda a sorrir, adormece a chorar, acorda a sorrir, pensa no objecto de teu sofrimento uma última vez, vai à praia num dia de chuva e escreve o nome do teu objecto na areia enquanto vês as gotas de chuva a dissolverem as palavras, chove com elas mais uma vez, e depois de tudo isso, toma um bom banho de água quente, pega numa folha de papel ou num computador ou numa máquina de escrever, e fala sobre o teu sofrimento. Então saberás o que é escrever como escrevo.
Quando acabares de escrever, vais pensar como eu, vais viver como eu, vais sentir-te como eu, tudo isso para perceberes que não passas de um ser narcisista. Depois, vais pensar em ti, vais cair em desgraças e desgostos pelos teus pensamentos e após tudo isso,
e só se tiveres passado por todos os passos,
terás um momento de clareza,
e perceberás como estavas errado.
Contemplarás a tua obra,
e pensarás
"Sim, agora já não sou ninguém."
Isto de ser vivo...Isto de ser alguém...
ResponderEliminarOlha, é mais ou menos como aquela canção (que apesar de ser de uma estupidez atroz é bastante acertada):
"Esta vida de marinheiro
Está a dar cabo de mim
Rrapará, pará, pará, parápári!"
Porquê afundarmo-nos na dor se podemos procurar a felicidade? Não é esse afinal o objectivo do Homem?
ResponderEliminarPorque terá de ser o poeta um sofredor? Porque não escrever antes sobre a alegria...a alegria da vida? A alegria dos dons?
Bem sei que a dor toca mais fundo e a escrita consola, nos tais momentos instantâneos de inspiração que quase parecem um transe (conheço bem o fenómeno, acredita!). Mas escrever sobre a alegria não será igualmente recompensador? -pergunta a pessoa mais pessimista que conheço.
Pensando bem... É impressão minha ou há por aqui uns traços de Pessoa?
Ah, fica o aviso: eu que te veja outra vez à chuva, rapazinho insensato! ;)
Muito bom ! Gostei muito da escrita ! Olha, depois dá uma olhada no meu blog, tenho um texto novo. Fica bem amigo.
ResponderEliminarwww.risosepranto.blogspot.com
E mesmo que alguém faça tudo isso nem sempre conseguirá alcançar a plenitude das palavras. Muitos andam à chuva. Mas não muitos conferem alguma personalidade a esse acto.
ResponderEliminarGostei muito do que vi. Não quero adjectivar nada porque tenho receio de não encontrar nenhuma palavra que faça justiça às tuas.
Grande beijinho.
SL