A vida traduz-se em letras

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Aínda há Esperança!

Bom dia!

Hoje quero partilhar contigo um outro "sonho" que tive. Não procures sentidos filosóficos, nem metáforas escondidas, porque elas não existem. Este texto quer dizer o que quer dizer.


"-Estou?

Atendi pensando que não compreendia lá muito bem esta nova mania da malta ligar às tantas da noite... Respondeu-me uma voz feminina, que me pareceu muito familiar.

-Olá.

-Quem fala?

-Sou eu!

-Ah!, -subita arritmia- claro que és tu.

-Olha, está tudo bem contigo?

-Sim, acho que sim.

-Achas?

-Nunca posso ter a certeza, não é?

-Pois. Porque é que não tens respondido às minhas mensagens?

-Ah. -"inventa uma desculpa, inventa uma desculpa!"- Hmm... fiquei sem dinheiro no telemóvel.

-Porque é que me estás a mentir?

-Porque não consigo dizer a verdade?

-Isso era uma pergunta?

-Era.

Ninguém falou durante algum tempo.

-Mas vais responder à minha pergunta, ou nem por isso?

-Sim. Sim, vou. Mas acho que nos devemos encontrar para podermos falar. Amanhã de manhã?

-Sim, a que horas e onde?

-Sete e meia. O sitio do costume.

-Ok. Até amanhã. Beijinho.

-Até amanhã.

Não me pareceu chateada. Aínda bem!

Tentei voltar a adormecer.Obviamente que não consegui.

Às seis horas comecei a arranjar-me, e fui andando. 7 Horas estava no nosso lugar. Olhei para o rio. Era tão parado e calmo!

Sete e meia. Ela não está cá.

Um quarto para as oito. Ela não está cá.

Dez para as oito, e surge uma pequena figura. Era ela.

Vinha a andar, calmamente, com um andar poderoso e sedutor que me passou indiferente.

-Estás atrasada.

-Bom dia para ti também!

-Tens razão, desculpa. Bom dia.

-Então, querias falar sobre o quê?

O olhar dela estava cheio de esperança que acontecesse algo que eu sabia que não iria acontecer.

-Olha, tu sabes que eu gosto muito, imenso de ti...

-Não digas mais nada. Eu percebo-te, João.

-Percebes?

-Sim, eu também te amo.

Fiquei sem resposta.

-Então? Não dizes nada?

-Hmm...

Fechou os olhos, e inclinou-se, pronta para me beijar.

-Pára.

Ela abriu os olhos e fixou-os nos meus.

-Sim?

-Olha, eu acho que queremos coisas muito diferentes. A verdade é que eu não gosto de ti. A verdade é que já gostei, mas apaixonei-me por outra pessoa.

-Mas tu e eu somos feitos um para o outro!

-O simples facto de o dizeres demonstra que não o somos.

Ela fez-me um sorriso triste.

-O que é que ela tem que eu não tenho?

-Ela fez-me voar."

Assim que estas palavras foram ditas, ela abandonou o seu lugar e foi-se embora. Nunca mais nos vimos.

Mas agora, agora sim! Temos um futuro inteiro à nossa espera, só preciso que tu o aceites, meu amor...aínda há esperança!

Até já.

Um beijo,
João



Ao meu Pássaro de Fogo, por me ter feito voar.

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